Pesquisar este blog

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A História e a pesquisa

Meus alunos vivem me perguntando o que é a História? Para que ela serve? 
Cansada dessa pergunta e as pessoas não entenderem muito bem, eu disse que a História é uma mentira que inventaram para que você possa ser alguém. Claro que tive que esclarecer algumas coisas quando olharam pra mim com aqueles olhinhos de que "não estou entendendo nada" ou "o que eu tô fazendo aqui?". 
Calma, a História não é uma mentira, ou é? Espero que você me responda. 
Mentira ou não (depende do ponto de vista e isso dá uma grande discussão filosófica) ela é a responsável por situar você no mundo, por criar sua identidade, por te orientar na vida, por te fazer ser humano. 
Não somos capazes de viver sem uma História. Imagine uma pessoa (como alguns filmes e livro já até pensaram, mas de forma equivocada) que não tivesse memória? Que não tivesse uma História. Seria a pessoa mais infeliz do mundo, pois somos complexos seres pensantes. Talvez, se você fosse uma pedra, isso não teria a mínima importância.
Estou vivendo nesse momento uma experiência longe de casa, num lugar muito difente de onde nasci, com pessoas que nunca vi, uma língua meio estranha, hábitos diferentes. Parece um mundo paralelo. A estrutura é a mesma. Tem ruas, carros, ônibus, pessoas, prédios, cães, árvores, mas nada faz sentido. São rostos e lugares que nunca via antes.
E sabe como sobrevivo? 
Ouvindo uma música do Djavan, lendo livro em "brasileiro", procurando um mercadinho que venda polvilho pra eu fazer pão de queijo, comendo um feijão com arroz, pendurando a bandeira verde e amarela pela casa, procurando canais de TV do Brasil, falando com as pessoas por Skype, comaprando o que tem aqui e o que tem aí. Sou patriota? Não, só tenho memória e isso é o que sou eu!
Na mitologia grega, Mnemosine é a Deusa da memória, ela teve nove filhas com Zeus, as musas, entre elas Calíope, Erato, Tália, Urãnia, mas dizem que a mais queridinha é a Clio, a Musa da História. Clio, vem sendo muito questinada nesses últimos tempos. Afinal, volta aquela pergunta o que é a História? 
A história produzida no Brasil (e posso garantir que a História que se faz no Brasil está num estágio bem à frente de outros países, até mesmo europeus), dos anos 1980 em diante, passa por muitas transformações. Podemos dizer que 80% dos trabalhoas acadêmicos produzidos seguem a linha da História cultural, mas o que isso quer dizer? 
Resumidamente, é um jeito novo de se olhar a História, em que a cultura se torna um conjunto de significados partilhados e construídos pelos homens para explicar o mundo. São representações e imaginários que deixaram marcas: os documentos (fontes para os historiadores) que podem ser os mais variados possíveis, como fotos, receitas de bolo, bilhetes, cadernos, uma dança, um alimento e até mesmo a literatura (ficcional ou não). Então, volta a pergunta: História é mentira? 
Segundo Pesavento (2008), a "Historia é uma ficção controlada. Seja pelo método, seja pelas fontes, tal como pelo fato de que lida sempre com o acontecido, embora variem as formas de representar aquilo que aconteceu. (...) Ela tem como meta atingir uma verdade sobre o acontecido, emq ue se aproxime o mais possível do passado." Ou seja, a História formula perguntas. É preciso olhar para qualquer documento com um jeitinho mineiro, meio desconfiado. Ele não fala sozinho, temos que saber fazer as perguntas dertas. Como diz um velho professor meu "É preciso arrancar seus dentes para que ele possa sorrir". 
De omnibus dubitandum est (deve-se duvidar de tudo) foi a frase que ouvi de uma outra professora que melhor me ensinou História. Ouvi quando me formei na Universidade. Ela me disse que quando eu soubesse oq ue isso significa, que eu estaria pronta. 
O que quero dizer é que, todos, alunos ou não, devem pesquisar. Devem ter um senso crítico daquilo que os chega. Deve duvidar e procurar saber fazer as perguntas certas. Pesquisem. Pesquisem e quando estivem bem cansado, pesquisem mais um pouco. Parece cansativo isso (e é), mas é o que nos torna melhores. é o que nos faz sermos seres pensantes. 

Tem experiências pra dividir comigo? Espero seu comentário e perguntas! 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Os Estados Unidos




Os Estados Unidos é o país com mais força política e econômica no mundo contemporâneo, para se entender esse poder, é preciso entender como se deu a sua história, a partir da sua independência.
Seu PIB é o primeiro do mundo, com cerca de 18 trilhões de dólares e renda per capta de 55 mil dólares/ano (6º maior do mundo)

É o 5º país no Rankking do IDH (0,914), mesmo com uma população de mais de 300 milhões de habitantes. 
A princípio a Inglaterra não se ocupou com o novo território, somente a partir de 1620 começaram a chegar imigrantes para povoar a costa leste, dando origem às treze colônias britânicas.  

Colônias do norte: Onde hoje se encontram estados como o de Nova Iorque, Pensilvânia, Connecticut, Nova Jersey, Delaware, Massachusetts e outros. Foi colonizada por protestantes europeus, principalmente ingleses (mas também Irlandeses, alemães entre outros) que fugiam das perseguições religiosas. Tinham o objetivo de transformar a região num próspero lugar para habitação de suas famílias. Foi chamado de Nova Inglaterra. Sofreu colonização de povoamento com mão de obra livre, comércios, pequenas propriedades e produção voltada para o mercado interno. 
Colônias do sulEstados como a Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia. Sofreram uma colonização de exploração. Eram exploradas pela Inglaterra e só podiam comercializar com esse país. Eram baseadas no latifúndio (grandes propriedades rurais), Mão de obra escrava, produção para exportação e monocultura (cultivo de um só produto como fumo, algodão)

Fatores que influenciaram a Independência
A partir de 1754 se dá o início da deterioração das relações políticas entre as treze colônias britânicas na América do Norte e a sua metrópole, que levou ao início à luta pela independência. A principal razão foi a presença política e econômica, forçada, cada vez maior do governo britânico.
A luta foi de início, pacífica. Porém, as crescentes tensões entre as Treze Colônias e o Reino Unido levaram ao início da Independência.
- Influência do Iluminismo: Todo povo tem o direito de lutar pela sua liberdade, pela sua autonomia, de lutar contra a tirania e a opressão;
- Guerra dos Sete Anos (1756/1763) entre Inglaterra e França: Entre os anos de 1756 e 1763 ocorreu a chamada Guerra dos 7 Anos, onde a Inglaterra e a França lutaram pela posse dos territórios da América do Norte e a Inglaterra venceu. Mas as consequências do território devastado pelas batalhas caíram sobre os colonos que o habitavam, principalmente os que habitavam o norte: os colonos que ajudaram na guerra, reivindicaram algo em troca por terem arriscado suas vidas e as de suas famílias, contudo, a Inglaterra não só os ignorou como aumentou os impostos para se recuperarem mais rápido da guerra, já que o território havia sido afetado. E também criou novas leis que tiravam a liberdade dos norte-americanos, cheias de restrições que desagradaram os colonos;
- Lei do açúcar (1764): Criação de impostos sobre o comércio de açúcar ou melaço provenientes de territórios não dominados pela Inglaterra, como o Caribe. Dessa forma, forçava os colonos a comprarem açúcar da metrópole;
- Lei do selo (1765): O selo do governo britânico passa a ser obrigatório em qualquer tipo de publicação impressa (livros, revistas, jornais, etc) que circulasse nas treze colônias e tinha alto valor de custo;
- Lei do Chá (1773) – Boston Tea Party: Imposto cobrado pelo governo inglês que mais provoca descontentamento. Ela determina que a partir dessa data, o governo iria monopolizar o comércio de chá com os colonos através da Companhia das Índias Orientais Britânicas. Os colonos de Boston, Massachusetts, que realizavam esse comércio livremente, não gostaram da medida e resolveram reagir através de um ataque ao porto de Boston invadindo os porões das embarcações dos navios ingleses com carregamentos de chá e jogam tudo ao mar. O que causou medidas ainda mais repressoras por parte da Inglaterra sobre os colonos.;
- Leis intoleráveis (1774): São várias, como o fornecimento de casas dos colonos para tropas britânicas caso necessário; o fechamento do porto de Boston; Suspensão das reuniões de colonos; Impedimento de qualquer manifestação pública contrária à Inglaterra; entre outras. As leis intoleráveis causaram a reação das elites coloniais americanas e realizaram o primeiro Congresso da Filadélfia, em 1774

Processo revolucionário 
1º Congresso da Filadélfia (1774) – Os treze representantes das colônias se reúnem para definir os rumos do processo de emancipação. Mas não chegam a um consenso para uma guerra de separação, mas decidiram pedir ao governo inglês a revogação das Leis Intoleráveis. O que não foi atendido. 
2º Congresso da Filadélfia (1775) – Os representantes chegam a um consenso que se deve chegar a uma guerra de independência. 
Principais líderes
George Washington: Líder das tropas americanas. Se torna o primeiro presidente dos Estados Unidos.
Thomas Jefferson: Redator da Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 4 de Julho de 1776.
Benjamim Franklin: Conseguiu o apoio de países da Europa no reconhecimento da independência.

A 4 de julho de 1776, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a Declaração de Independência. O seu principal autor foi Thomas Jefferson. O Congresso publicou a Declaração de Independência de várias formas. No começo foi publicada como uma folha de papel impressa de grande formato que foi largamente distribuída e lida pelo público.
Filosoficamente, a Declaração acentuou dois temas: os direitos individuais e o direito de revolução. Estas ideias tornaram–se largamente apoiadas pelos americanos e também se difundiram internacionalmente, influenciando em particular a Revolução Francesa.

A Constituição norte americana
Escrita em 1787 na Filadélfia, a Constituição dos Estados Unidos da América é a lei fundamental do sistema federal do governo dos Estados Unidos e o documento de referência do mundo Ocidental. Esta é a mais antiga constituição nacional escrita que está em uso até hoje.

A Constituição Norte-americana é um dos documentos que dá base à declaração dos Direitos Humanos da ONU de 1948
Dica de Filme: O Patriota e Gangues de Nova York

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A questão Síria



Se você nasce humano, seria um ser pleno de direitos. Basta nascer assim: Humano. Mais nada. Existe um documento em que a vida, a educação, a saúde - entre outros -, são assegurados. Documento construído ao longo da História até serem definitivamente anexados em 1948 com a assinatura de todos os países membros da ONU.

Mas se todos têm os mesmos direitos, por que ainda temos pessoas que não têm abrigo, passam fome ou são analfabetas? Essas questões logo me vieram à cabeça quando hoje pela manhã, ao ver o jornal, um comboio enorme de vans e ônibus cruzavam as ruas de Alepo. Mas os refugiados foram impedidos de sair da cidade por causa de novos atentados.

Fiquei olhando aquela cidade destruída e pensando: Como se vive assim? Não há a mínima condição. Se sobrevive.

Já dei aulas de português a haitianos que chegavam no Brasil. Que são migrantes, não refugiados, mas a questão de ser recebido por outro país é a mesma. Pouco estive com refugiados e pouco fiz por eles, talvez por falta de contato, talvez por omissão mesmo, admito. É uma questão muito complexa, mas não entendo como se pode ter uma opinião diferente do ajudar um outro ser humano.

Há alguns dias estive em Barcelona e lá tinha um monumento com um número, acreditava que era um "bom" número, pois seria o número de refugiados recebidos pela cidade e vi ali uma ponta de esperança, mesmo não sabendo onde eles estavam ou quem eram. Mas não, era um "mau" número. Era o número de refugiados que não sobreviveram ao Mediterrâneo.

A questão migratória é muito maior do que se pensa. Desde os primeiros hominídeos que saem da África para a Europa e a América aos refugiados na Síria atual. Migrantes/refugiados são pessoas a quem devemos respeito, não a nossa indiferença.
A guerra civil Síria começou em 2011 com os levantes da Primavera Árabe, conflitos que marcaram os países arabizados e queriam derrubar seus governantes ditadores. Já são 140 mil mortos. Entre elas, milhares de crianças. 

ENTENDA UM POUCO

Em 15 de março de 2011, populares vão as ruas manifestar contra o regime de Bashar al-Assad e foi pacífico nos primeiros quatro meses, mas, a partir de agosto, manifestantes fortemente reprimidos passaram a recorrer à luta armada
Em 2012, as manifestações foram classificadas como Guerra Civil, dando abertura à investigação de crimes de guerra e intervenção dos Direitos Humanos Internacional. A fome e a miséria tomam conta de um país com mais de 3 mil anos de história. ]

O regime de Al-Assad controla as regiões mais populosas e Alepo é uma das cidades com maior número de massacres, onde os conflitos entre oposição e o exército do governo se confluem. A oposição conta com rebeldes - em sua maioria islamitas - e a Frente Al-Nosra - braço oficial da Al-Qaeda na Síria – e enfrentam, desde janeiro de 2014, os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), a quem acusam de brutalidade e de ter vontade de hegemonia.

A questão é que é mais que uma guerra civil. Os dois antigos rivais da Guerra Fria, vêm travando uma crise política. De um lado, os EUA apoiam grupos rebeldes moderados e curdos, e se opões ao regime de Al-Assad. Na outra ponta, a Rússia se opõe ao Estado Islâmico e outros rebeldes e apoia o ditador sírio. A Síria é um grande comprador de armas russas, ou seja, há interesses políticos, estratégicos e financeiros. 

Mas até quando a vida humana vai valer menos? O número de mortos já ultrapassa os 500 mil. Entre eles, milhares de criaças. As que ainda sobrevivem, perdem seus parentes, perambulam pelas ruas sem perspectiva alguma. 

Veja a cronologia do conflito aqui

Reflitam sobre o que está acontecendo. Comentem e mandem suas dúvidas. 
Até a próxima! 

Bibliografia:
https://noticias.terra.com.br/mundo/guerra-civil-da-siria/
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151120_siria_entenda_tg

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Queria dividir com vocês um filme que é meu queridinho: "Diários de Motocicleta".
Esse filme foi produzido em 2004 e tem como protagonista o querido Gael García Bernal, um dos melhores atores da atualidade. Assisti 9 vezes no cinema e inúmeras vezes em casa. Sempre recomendo quando me pedem dicas de um bom filme. Mas por que ele é tão especial?
Antes de explicar, queria que se destituísse de ideologias. O filme fala sobre Che (Guevara), que alguns amam e outros odeiam. Mas não o Che revolucionário, o Che estudante de medicina, o Che humanista. Por isso, deve ser visto de coração aberto, cru.
Gosto do filme porque é dirigido por Walter Salles, diretor brasileiro. Gosto porque é emocionante e reflexivo. Nos faz pensar sobre o ser humano, sobre a nossa América Latina, sobre a exploração dos humanos pelos humanos e sobre ética e preconceitos.
Com um tom de humor e ao mesmo tempo dramático, o filme, que é baseado no diário real de Che, conta a história do jovem Ernesto Guevara e seu amigo Alberto Granado, um malandro bioquímico, que saem em uma viagem em cima de uma moto chamada la Poderosa. O objetivo era sair da Argentina e chegar à Venezuela.
É importante observar os diálogos e prestar bem a atenção nos personagens. Também é interessante relacionar a mudança nas paisagens e as dificuldades que vão enfrentado.
Diários de Motocicleta nos ensina a encarar a América Latina de outra forma, onde pessoas e culturas se entrelaçam e ao mesmo tempo são tão distintas.
Espero que gostem! Depois, deixe seu comentário e dicas!

domingo, 27 de novembro de 2016

Reforço Escolar à Distância


Olá, meu nome é Ana Paula, sou formada em História pela PUC-Minas (2006). Desde então trabalho com aulas particulares e dou aula em uma escola pública. Quando eu era estudante, dava aulas particulares na minha casa para conseguir juntar um dinheiro e pagar os estudos.

Me formei, mas nem por isso larguei as aulas particulares, eu tinha muitos alunos aos quais me afeiçoei e eles à mim, era já uma amizade, mas passei a ir na casa dos alunos, visto que muitos deles eram mais novos e os pais, trabalhando o dia todo, não conseguiam se deslocar. 

Com o tempo e de acordo com as necessidades dos meus alunos, eu aprendi todo o conteúdo do 1º ao 7º ano de todas as disciplinas. Assim, eu fui crescendo como profissional. Hoje, dez anos depois de formada, estou fazendo o meu Mestrado na área de História e o estudo ocupa boa parte do meu tempo. 

Eu teria que abandonar algumas aulas, mas em um mundo com tantas tecnologias, a mãe de uma aluno me propôs dar aulas por Skype e deu muito certo! Hoje essa aluna está na Universidade, passou em Direito.

Ela diz que agradece as aulas, mas sou eu quem a agradeço por tanta coisa boa. Sendo assim, as aulas via Skype se tornaram uma nova e moderna modalidade de ensino, ainda praticada por poucos. 

A aula dura, no mínimo, uma hora e vai de acordo com a necessidade. É possível acompanhamento de deveres de casa, estudar para provas, fazer trabalhos, tudo como seria uma aula presencial. Experimente você também! 

Qualquer dúvida, passe-nos um e-mail: annamarmelo1@gmail.com